Notícia

Como a Animalife tem ajudado Joaquim a recuperar

17.02.2020

Joaquim é um bom exemplo de como a vida, por vezes, nos pode pregar grandes partidas. Há apenas alguns anos, tinha uma família estruturada, um negócio próprio, carros, uma autocaravana e até barco. Hoje, com 55 anos, está sozinho, a recuperar de uma doença grave, e tem como única companhia os seus oito cães. Para viver, depende da ajuda da Segurança Social e da Animalife.

Não é fácil precisar o momento em que as coisas começaram a correr mal. A uma burla relacionada com a compra da quinta onde ainda hoje vive no Pinhal Novo, juntou-se a falência do stand de automóveis de que era proprietário e no qual empregava 16 funcionários. Mas terá sido há quatro anos, na manhã em que caiu na banheira e já não se conseguiu levantar, vítima de um AVC que o viria a impedir de continuar a trabalhar, que tudo mudou na vida de Joaquim.

Valeu-lhe a intervenção rápida dos meios de socorro, que o deixaram no hospital em poucos minutos, e a vida saudável que levou até ali, “sem fumar nem beber”. Pelas sequelas físicas, que quase passam despercebidas a quem com ele convive, foi-lhe atribuído um grau de incapacidade de 60% e a reforma por invalidez. Já do ponto de vista psicológico, as feridas têm sido bem mais difíceis de sarar.

O AVC deixou Joaquim num estado de apatia, que o levou a refugiar-se dos outros e a não querer ver ninguém. A família, mulher e dois filhos hoje já adultos, não aguentou a pressão e partiu, deixando Joaquim sozinho, na altura com 12 cães para cuidar.

Foi então que se viu forçado a recorrer ao apoio da Segurança Social e que foi informado da existência da Animalife. Joaquim é apoiado pela associação há cerca de um ano, com alimentação e tratamentos médico-veterinários para os oito cães que ainda vivem consigo. Dos quatro restantes, deu uma e viu os outros três morrerem envenenados, um episódio que não gosta de recordar.

Hoje Nina, Feia, Boneca, Mimada, Mana, Simba, Pretinha e Nino são a sua companhia de todos os dias. “Se for à minha procura na quinta é fácil encontrar-me porque eles estão sempre todos ao pé de mim”, afirma Joaquim. “Deitam-se ali e parece uma família”, conclui.

Emocionado, Joaquim recorda como os cães têm substituído em muitos aspetos o apoio que sentia na família que perdeu. E não hesita em apontá-los como a melhor forma de terapia para todos os que pretendam superar um qualquer abalo psicológico: “Quem queira recuperar de uma depressão, de um relacionamento que acabou, de uma família que o abandonou - se tiver condições -, é muito importante arranjar um animal.”

Terapêuticas têm sido também as suas sessões com as técnicas da Animalife que o têm acompanhado neste processo. “São incansáveis comigo, prestando um apoio não só relacionado com os animais, mas que me tem permitido a mim, a nível pessoal, recuperar”.

Talvez por isso, Joaquim não se canse de reforçar a importância do trabalho da Animalife, que, considera, deveria ser reconhecido a nível governamental. “Ajudas como esta poupam muito dinheiro ao Estado”, defende.

O Programa de Apoio a Famílias carenciadas com animais de companhia foi criado em abril de 2012. Em conjunto com as Instituições Particulares de Solidariedade Social e as autarquias locais, identifica agregados familiares com carências económicas comprovadas, com animais de companhia a cargo. Oferece um apoio destinado a satisfazer as necessidades básicas dos animais, como alimentação, vacinação, esterilização e desparasitação.

É através deste programa que temos feito a diferença na vida de Joaquim e de tantos outros utentes.

Ajude-nos a continuar. Participe com o seu contributo em  www.animalife.pt/pt/doacao