Elisabete é um exemplo vivo de que a vida muitas vezes nos troca as voltas. De um dia para o outro, viu-se sem trabalho. A lavandaria onde estava há já algum tempo fechou, na sequência da pandemia de COVID-19. Ao mesmo tempo, o hotel onde o marido trabalhava também enviou todos os empregados para casa. Sem outra forma de garantir o bem-estar da cadela Leila, decidiram solicitar o apoio da Animalife.

Elisabete conhecia bem o trabalho da associação. Há mais de dois anos que apoiava regularmente a Animalife, com um donativo mensal. Por isso, na altura em que se viu desempregada, nem hesitou: “Liguei para pedir ajuda com alimentação e vacinas e o apoio foi-me logo prestado”.

Ajudada desde abril, já foi duas vezes recolher ração para Leila. As vacinas, essas, estão ainda em falta, uma vez que, devido à pandemia, as clínicas veterinárias estão a dar prioridade às situações urgentes.

Elisabete classifica a ajuda que tem vindo a receber como essencial. “O pouco dinheiro que tinha chegava apenas para comprar comida para nós; a ajuda com a alimentação da Leila veio fazer bastante diferença”.

Apesar de o hotel onde o marido trabalha ainda não ter reaberto, Elisabete já conseguiu arranjar um part-time e está, aos poucos, a refazer a vida.

O número de pedidos de apoio de famílias em situação de carência económica extrema, incapazes de garantir a alimentação e os procedimentos médico-veterinários básicos aos seus animais de companhia, disparou na sequência da pandemia de COVID-19.

À Animalife chegam diariamente relatos de pessoas com dificuldade em assegurar a alimentação de cães e gatos que têm a cargo. O número de pedidos de apoio para esterilizações e para desparasitações internas e externas também aumentou substancialmente.

A Animalife apoia regularmente perto de 400 famílias. Desde o início da pandemia, tem procurado responder ao maior número possível de pedidos de ajuda. Prova disso são as 62 novas famílias que desde abril receberam apoio pela primeira vez (o que se traduz num crescimento e 15,5%), 14 das quais por motivos diretamente relacionados com a COVID-19, como é o caso da família de Elisabete.

O Programa de Apoio a Famílias carenciadas com animais de companhia foi criado em abril de 2012. O seu objetivo é apoiar núcleos familiares que, em situação de pobreza e sem meios para poderem continuar a ter os seus animais, se veem obrigados a entregá-los nos Canis Municipais e nas Associações de Proteção Animal ou mesmo a abandoná-los.

Este é um programa que, em conjunto com as Instituições Particulares de Solidariedade Social e as autarquias locais, identifica agregados familiares com carências económicas comprovadas, com animais de companhia a cargo. Oferece um apoio destinado a satisfazer as necessidades básicas dos animais, como alimentação, vacinação, esterilização, identificação eletrónica e desparasitação.

Dada a quantidade de novas solicitações, receamos não conseguir responder de forma positiva a todos os que nos procuram.

Para que possamos ajudar todos estes casos, precisamos de si.

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