Combata a obesidade

Ajude o seu animal de estimação a ter melhor qualidade de vida

“Está tão gordinho!”. O comentário orgulhoso que muitas vezes fazemos sobre os nossos animais de estimação não deve ser visto como um elogio. A obesidade é uma das doenças mais frequentes na prática veterinária. Estudos alertam para os riscos relacionados com o excesso de peso dos cães e gatos. Que podem, inclusivamente, viver menos anos do que os que mantêm um peso ideal.

Os hábitos alimentares dos animais de estimação têm ganho uma importância crescente junto dos profissionais e cuidadores do setor, que não se cansam de avisar sobre os problemas decorrentes do excesso de peso. A obesidade surge porque há um desequilíbrio entre a quantidade de calorias que o animal ingere e a quantidade que gasta. Acontece quando os animais têm acesso a alimento em excesso ou quando o alimento que consomem é demasiado calórico para o estilo de vida que levam.

Na Universidade de Liverpool, no Reino Unido, no âmbito de um estudo publicado este ano sobre a obesidade, foram examinados mais de 50 mil cães de doze raças diferentes e o resultado revelou-se alarmante. Os investigadores concluíram que a obesidade pode mesmo condicionar a vida dos caninos, sendo que esta variação é mais ou menos evidente consoante a raça. Os pastores alemães machos obesos, por exemplo, perdem em média cinco meses de vida, enquanto que no caso dos machos de Yorkshire Terriers a diferença pode chegar aos dois anos e seis meses.

Na investigação da Universidade de Liverpool não se procuraram as razões efetivas para o aumento de peso dos animais, mas uma pesquisa divulgada pelo movimento norte-americano Better Cities for Pets indica que mais de metade dos donos dão frequentemente comida em excesso aos seus animais de companhia, simplesmente porque eles pedem.

Em Portugal, os especialistas manifestam regularmente preocupação em relação aos maus hábitos alimentares dos animais de estimação, chamando a atenção para a enorme quantidade de problemas de saúde em que os mesmos se podem traduzir. A obesidade está associada ao aparecimento precoce de problemas crónicos, que incluem desde doenças nas articulações a problemas respiratórios, passando por vários tipos de cancro.

Ponto final aos maus hábitos

A obesidade pode ser facilmente tratada, mediante a redução da ingestão de calorias e o aumento do gasto energético. Já o comportamento dos donos é, muitas vezes, o mais difícil de corrigir.

A sobrealimentação origina um círculo vicioso que na maior parte dos casos tem início com uma boa intenção:

- O dono dá alimentos como prémio, ainda que note o aumento de peso do animal;

- O animal desfruta dos prémios e come em excesso;

- O dono sente a resposta do animal como demonstração de carinho e oferece-lhe ainda mais alimento como prémio;

- O animal vê reforçado o hábito de pedir comida. Com o aumento de peso, e porque lhe custa mais mover-se e se cansa, faz menos exercício, ganhando ainda mais peso.

A única maneira de pôr fim ao problema passa por uma mudança radical de comportamento.

O animal obeso deve iniciar um programa de perda de peso, com uma dieta adequada, que lhe permita sentir-se saciado e, desta forma, controlar o típico comportamento de pedir alimento.

Quanto a si, lembre-se que a qualidade de vida de um animal obeso é também menor. Por isso, da próxima vez que se sentir tentado a premiar o seu patudo com uma guloseima ou uma dose reforçada de ração, pense duas vezes antes de o fazer. Pode estar a prejudicar seriamente a saúde do seu amigo.
 

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