Plano municipal de apoio às pessoas sem abrigo para o triénio 2019-2021 exclui 24% da população alvo, apesar do investimento previsto de 4.3 milhões.
 
“Retirar todas as 361 pessoas da rua no decorrer deste plano municipal para as Pessoas em Situação de Sem Abrigo”. Foram estas as palavras de Manuel Grilo (BE), vereador dos Direitos Sociais da Câmara de Lisboa, no âmbito da 72ª Assembleia Municipal de Lisboa, que decorreu no passado dia 5 de junho. Contudo, as respostas para as Pessoas em Situação de Sem Abrigo que têm animais a seu cargo continuam a ser limitadas.

Só em 2018, a Animalife acompanhou 86 destas pessoas. Trata-se de um valor que corresponde a 24% dos números oficiais apontados pela autarquia (361). Ainda assim, destas 86 pessoas, apenas sete conseguiram uma resposta habitacional sem que tivessem de quebrar o vínculo afetivo com o seu animal e só duas integraram comunidades terapêuticas com garantia de solução para o seu animal. Então, o que aconteceu às restantes 77? Continuam hoje a viver na rua, visto não existirem respostas suficientes que incluam também o abrigo dos seus animais.

O vereador do BE confirmou que “há problemas em alguns centros de acolhimento em receber animais”. E acrescentou: “Não podemos interferir de forma tão violenta naquilo que são os modos de organização e os modos de trabalho das organizações que connosco trabalham”.

Posto isto, a questão que a Animalife coloca em cima da mesa é para onde irão as Pessoas em Situação de Sem Abrigo que tenham animais? Continuarão na rua sem resposta?