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​Como ajudar o seu animal de estimação a suportar o calor?

21.08.2019

Com as temperaturas a subir, lembre-se que não é o único a sentir calor. A época quente requer cuidados especiais com os animais de companhia. Saiba como garantir que o seu patudo tem tudo para estar confortável.

Os animais de estimação têm uma forma de arrefecer diferente da dos humanos. Nós conseguimos suar – um mecanismo de defesa que nos permite baixar a temperatura corporal –, mas os cães, os gatos ou até mesmo as aves e os pequenos roedores não têm essa capacidade. O que faz com que, para baixarem a temperatura, usem o trato respiratório, o arfar e o respirar mais rápido, ou então que procurem locais menos quentes.

Manter o animal num local fresco e arejado e assegurar-se que tem toda a água de que precisa à disposição são as principais recomendações a ter em conta em época de temperaturas altas. Partilhamos consigo estas e outras dicas que pode e deve seguir.

Água, muita água

É muito importante que os animais tenham água fresca disponível, para poderem beber a quantidade que quiserem, sempre que tenham sede. Pode, por exemplo, colocar mais do que um bebedouro à disposição, para que o consumo de água seja facilitado e estimulado.

Se for passear, não se esqueça de levar consigo uma garrafa de água e de dar de beber ao seu animal a cada 20 minutos.

Espaços frescos e arejados

Os animais praticamente não transpiram. As únicas formas de baixarem a temperatura corporal quando sentem calor é pelo arfar ou por contacto direto com superfícies frias. Ao mantê-los em locais frescos, permite-lhes que regulem a temperatura mais facilmente, e evita os tão perigosos golpes de calor.

Nunca deixe o seu animal em espaços pequenos e fechados, com pouca ou nenhuma troca de oxigénio, como o carro ou uma marquise. Lembre-se que, mesmo que o faça por pouco tempo, pode estar a pôr em perigo a sua saúde ou até mesmo a sua vida.

Alimentação: mais vezes; em menor quantidade

Ao aumentar o número de vezes em que oferece comida ao seu animal de estimação, está também a aumentar o número de vezes que ele bebe água, um passo fundamental para sobreviver aos dias quentes.

Um maior número de refeições contribui igualmente para uma redução do esforço digestivo. O simples ato de ingerir alimento ou a própria digestão produzem calor, o que leva a que os animais tendam a não comer nos períodos mais quentes.

Escolha as horas mais frescas para alimentar o seu animal.
 
Prefira os alimentos húmidos

Nos dias de calor, prefira alimentos húmidos. Este tipo de alimentação fornece maior quantidade de água e, como é também mais aromática, torna-se apelativa para os animais. Tenha em atenção que os alimentos húmidos só devem estar à disposição do seu patudo cerca de 20 a 30 minutos, pois podem estragar-se.

Em alternativa, pode optar por um esquema de mixfeeding, misturando os alimentos secos com alimentos húmidos. Assegure-se que são os mais adequados à idade, raça, nível de atividade física e necessidades nutricionais específicas do seu animal. Em caso de dúvida, aconselhe-se com um médico veterinário.

Passeios? Sim, mas atenção às horas

Evite os passeios nas alturas mais quentes do dia. Escolha as horas de menos calor para sair com o seu animal de companhia, como o início do dia, o fim da tarde ou a noite.

Em Portugal, os picos de calor ocorrem, geralmente, entre as 11 e as 16 horas. 
 
A higiene também conta

Não descuide a higiene do seu gato ou cão, especialmente se tem pelo longo, e escove-o diariamente. A razão é simples: quanto mais pelo desnecessário à superfície, mais calor vai sentir.

Pode mesmo intensificar estes cuidados, para ajudar na remoção do pelo morto (os gatos, por exemplo, têm mais preguiça para se lamber e lavar quando está calor).

Esta é também a altura ideal para levar o seu cão à tosquia.

Fique atento

Se o seu animal desmaiar, vomitar ou parecer estar com falta de força pode estar a sofrer um golpe de calor.
O golpe de calor dá-se quando o animal atinge uma temperatura corporal acima dos 40 ou 41 graus centígrados e o seu mecanismo de arrefecimento já não consegue baixar ou manter a temperatura ideal. Quando tal acontece, começam a desenvolver-se mecanismos dentro do organismo do animal – em que há alterações cardiovasculares, respiratórias e até ao nível da circulação sanguínea – que podem levar a um edema intracraniano, a um edema cerebral ou mesmo à morte.
 
Mantenha a calma e tente baixar-lhe a temperatura corporal: dê-lhe água; aplique-lhe toalhas frias no corpo (especialmente na zona da barriga, axilas e entre as pernas), e ponha-o num local fresco ou até junto a uma ventoinha. Esta é considerada uma situação de urgência. Logo que possível, levo-o ao médico veterinário para ser consultado.